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Estados Unidos devem deportar ex-guarda nazista de 94 anos para a Alemanha

A Justiça dos Estados Unidos manteve a decisão de deportar para a Alemanha um ex-guarda nazista de 94 anos. Friedrich Karl Berger, que mora no Tennessee. trabalhou no campo de concentração de Neuengamme durante a Segunda Guerra Mundial. Lá, os prisioneiros eram mantidos em condições terríveis: alguns deles morriam de exaustão ao executarem trabalhos forçados.

A ordem de deportação foi proferida no início de 2020, mas a defesa de Berger recorreu da decisão. Agora, o Conselho de Apelação de Imigração rejeitou o recurso e confirmou que o ex-guarda nazista deve ser deportado para seu país de origem. 



“Berger foi um participante ativo em um dos capítulos mais sombrios da história humana. Ele tentou se livrar de seu passado nefasto ao vir para a América e começar de novo, mas, graças à dedicação do Departamento de Justiça e Investigações de Segurança Interna (HSI), a verdade foi revelada ”, disse Louis A. Rodi III, diretor assistente da HSI. “Criminosos de guerra e violadores dos direitos humanos não poderão fugir da justiça e se esconder aqui”, completou.

Berger mora nos EUA desde 1959. Em entrevista ao Washington Post no início do ano, ele se mostrou revoltado com a ordem de deportação. "Depois de 75 anos, isso é ridículo. Não consigo acreditar", disse ele. "Vocês estão me expulsando de casa", completou.

Durante seu julgamento em fevereiro, Berger admitiu que impediu prisioneiros de fugirem do campo de concentração. Mas ele alegou que não carregava armas e que trabalhou por pouco tempo Neuengamme. Mais de 100 mil prisioneiros passaram pelo local entre 1938 e 1945.

No final de março de 1945, com o avanço das forças aliadas britânicas e canadenses, os nazistas abandonaram Meppen, um campo de concentração secundário. O tribunal concluiu que Berger ajudou a vigiar os prisioneiros durante sua evacuação forçada para o campo principal de Neuengamme - uma viagem de quase duas semanas em condições desumanas, que provocou a morte de cerca de 70 prisioneiros. 

A decisão também citou a admissão de Berger de que ele nunca solicitou uma transferência do serviço de guarda de campo de concentração e que continua a receber uma pensão da Alemanha por sua função, "incluindo seu serviço durante a guerra".


Fontes: Metro.co.uk e Departamento de Justiça dos EUA - Imagens: Campo de concentração de Neuengamme - Museu do Holocausto, via Wikimedia Commons