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O Misterioso Lago Ness

A torre do Castelo de Urquhart, na beira do lago Ness.

lago Ness (Loch Ness) é um lago de água doce localizado em Highland na Escócia, de forma estreita e alongada com cerca de 37 quilómetros de comprimento. O lago ocupa uma área de cerca de 56,4 km² e tem uma profundidade máxima de 226 metros. 

A visibilidade da água é extremamente reduzida devido ao teor de turfa dos solos circundantes, que é trazida para o lago através das redes de drenagem. Pensa-se que o lago Ness tenha sido modelado pelos glaciares da última era glacial.

O lago Ness é o maior exemplo escocês de lagos encaixados em falhas geológicas, neste caso a Falha de Great Glen, com rumo nordeste-sudeste. Este tipo de lago, conhecido como loch, é caracterizado por grandes profundidades e morfologia alongada de acordo com a direcção da falha que os modela. 

As águas do Loch Ness são bastante frias, devido principalmente à sua latitude e à sua profundidade. O seu litoral é bastante pitoresco, com castelos como o de Eilean Donan, onde foi filmada a cena inicial do filme Highlander, ou ruínas de castelos, como o de Urquhart, em Drumnadrochit.

Monstro do lago Ness
Também conhecido por Nessie, supostamente é um criptídeoaquático que alegadamente foi visto no Lago Ness. A sua existência (ou não) continua a suscitar debate entre os cépticos e os crentes, e é um dos mistérios da criptozoologia. Rumores acerca de uma criatura estranha em Loch Ness existem há pelo menos 1600 anos. 

O primeiro registro escrito aparece na Vida de São Columbano (também conhecido como São Columbina) escrita pelo próprio no século VI, onde Columbano descreve como salvou um picto das garras do monstro.
Em outro ponto da obra, o santo conta que matou um javali com o poder da sua voz, o que levanta questões sobre a credibilidade dos seus relatos, mas o javali pode ter morrido por outra causa enquanto ele gritava, ou simplesmente Columbano usou uma metáfora, como estar usando "Voz" como algo relativo ao povo e usado um exército de pessoas.

Cronograma de avistamentos e relatos
Ano 1880 - O primeiro relato autenticado de avistamento oficial do monstro do Lago Ness, data de 1880, foi debaixo d'água, testemunhado por um mergulhador profissional chamado Duncan MacDonald. Foi-lhe pedido que fosse ao Fort Augustus, perto do Caledonian Canal, procurar o local certo onde havia afundado um navio de carga, por questões do seu seguro - Duncan foi contratado pela seguradora para localizar o navio. 
Ao descer às profundezas escuras do lago, Duncan chegou onde se situava o navio afundado, iniciando as suas tarefas. Enquanto examinava a quilha para ver os estragos e trabalhava debaixo do barco, de repente viu que também ali estava uma enorme e estranha criatura, deitada sobre uma grande rocha próxima ao barco. 

Desenho de Duncan alegando o que teria visto em 1880.

O assustado Duncan fez um sinal brusco para ser içado e recolhido de imediato, ao chegar ao seu barco de apoio com a equipa dele, os colegas acharam-no muito pálido e branco como a cal. 
Duncan foi retirado da água a tremer, mas depois acalmou-se e disse que enquanto analisava o navio, a certa altura viu um animal muito parecido com um réptil gigante marinho ou como um sapo enorme, que surpreendeu Duncan e quis voltar logo à superfície com medo. Duncan nunca mais fez quaisquer mergulhos no Lago Ness.

Ano 1923 - No século XX - um outro relato é de 1923 - e conta como Alfred Cruickshank avistou uma criatura com cerca de 3 metros de comprimento e dorso arqueado, mas o registo visual que iniciou a popularidade de Nessie data de 2 de Maio de 1933 e foi relatado pelo jornal local Inverness Courier, numa reportagem cheia de sensacionalismo. 
Na peça conta-se que um casal de hoteleiros viram um monstro aterrorizante a entrar e sair da água, como alguns golfinhos fazem. A notícia gerou sensação e um circo chegou mesmo a oferecer 20.000 libras pela captura da criatura. 
A esta oferta seguiu-se uma onda de registos visuais que resultaram em 19 de Abril de 1934 na mais famosa fotografia do monstro, tirada pelo cirurgião R.K. Wilson (daí o nome da fotografia, conhecida como Surgeon’s photo). 
A fotografia circulou pela imprensa mundial como prova absoluta da existência real do monstro. Décadas depois, em 1994, Marmaduke Wetherell confessou ter falsificado a fotografia enquanto repórter free lancer do Daily Mail em busca de um furo jornalístico. 

Suposta foto de "Nessie" - Surgeon’s photo.

Wetherell afirmou também que decidiu usar o nome do Dr. Wilson como autor para conferir mais credibilidade ao embuste. Quando R.K.Wilson emigrou para a Austrália, este médico entretanto falecido escreveu uma carta ao Daily Mail a revelar que a sua foto era mesmo um embuste com recurso a um submarino de brincar com um pescoço de plástico montado em cima para fazer uma foto do seu suposto "monstro real".
A teorias que Wetherell foi intimado e forçado a dizer que se tratava de uma farsa para ocultar a existência do monstro.

Ano 2007 - Em 25 de maio de 2007, Gordon Holmes, um técnico de laboratório de 55 anos de idade, filmou um vídeo que ele diz ser de uma "criatura preta, com cerca de 45 pés de comprimento, movendo-se rapidamente na água". 
O vídeo foi estudado por biólogos e sem dúvida trata-se realmente de uma filmagem original de um animal não identificado, no qual as características físicas são mesmo parecidas com as de um plesiossauro, portanto, ainda assim não é considerado uma prova de sua existência. Diz-se que o vídeo está "entre as mais brilhantes aparições do monstro já feitas". A BBC da Escócia transmitiu o vídeo em 29 de maio de 2007.
Ano 2013 - Existiu uma explosão de fatos de que aquele ano os avistamentos aumentaram e o jornal escocês The Scotsman noticiou que o famoso "monstro do lago Ness" não foi avistado em 2013,  "Nessie" não surgiu à superfície do lago, durante todo o ano de 2013.
Ano 2016 - Um drone marinho de alta tecnologia que procurava nas profundezas do lago escocês pelo Nessie encontrou uma réplica do monstro com quase nove metros de comprimento. Esta réplica havia sido usada no filme de 1970, The Private Life of Sherlock Holmes, e tinha-se afundado e perdido quando foram removidas as suas boias.
Ano 2019 - Um nova teoria foi abordada em 2019, quando pesquisadores da Nova Zelândia fizeram um levantamento das espécies vivas do lago e encontraram rastros de amostras de DNA de enguias europeias. O estudo, não conclusivo, sugere que o monstro pode ser (ou pode ter sido) uma enguia gigante.
Ainda em 2019, o capitão de um iate turístico afirma ter capturado o Monstro do Lago Ness no sonar da embarcação dele. Segundo os registros do sonar dele, um corpo ou objeto de 20 metros foi identificado perto do fundo do lago. De fato foram identificados dois objetos a principio parados, mas quando Mike retorna para tentar captar novamente as imagens, eles já não se encontravam no local. Acreditasse ser um animal com um suposto filhote.
Mike mora na cidade vizinha de Drumnadrochit e no momento que registrou essa imagem mostrava um lago para um grupo de turistas locais.

Teorias
Quase todos os relatos de aparições do monstro descrevem-no à semelhança de um Plesiossauro, um animal parente dos dinossauros extinto desde o Mesozóico. Os plessiossauros eram répteis aquáticos de grandes dimensões, com um pescoço grande em relação à cabeça, que se deslocavam com a ajuda de enormes membros em forma de barbatana. 
A semelhança com um animal extinto levou alguns criptozoólogos a
defender que o monstro de Loch Ness é um plessiossauro que, de alguma forma, sobreviveu à extinção da sua espécie no fim do 
Cretácico.


A teorias que o monstro não seja único e sim uma família inteira, pois vários avistamentos e relatos descrevem o monstros de vários tamanhos. E sim é possível que ele tenha se reproduzido no lago devido a vários fatores.

Autor desconhecido - Ilustração.
Baseado no tamanho do lago e na quantidade de alimento, George Zug, do Smithsonian, calculou que o número de criaturas como Nessie poderia variar de 10 a 20 animais se cada um pesarem cerca de 1500 e chegar até 150 animais de 150 quilos.


Cientistas dizem que um Plesiossauro nunca levantaria o pescoço acima d'água, como o monstro supostamente faz. Além disso, o plesiossauro era adaptado ao calor, e não às temperaturas absurdamente baixas do Lago Ness

Baseando-se nisso, um grupo de cientistas criou uma teoria que diz que o monstro é um dinossauro parente do plesiossauro, que além de nunca ter sido documentado, possuía uma estrutura óssea diferente de seu suposto primo e o corpo adaptado a condições climáticas diferentes, que vivia no Oceano Ártico ou Atlântico. 

Assim, um grupo dessas criaturas entrou pelo Rio Ness (uma das únicas ligações do lago com o mar) e depois de certo tempo o rio ficou muito raso, e as criaturas não puderam sair, graças ao alimento farto de salmões, enguias e trutas as criaturas se adaptaram à vida no lago.  Então, "Nessie" provavelmente seria uma Sauropterygia.

Em Julho de 2003, uma equipe da BBC realizou uma investigação exaustiva na zona, com o fim de determinar de vez a existência ou não do monstro. O lago foi percorrido de uma ponta à outra por mergulhadores e cerca de 600 sonares sem qualquer resultado. A BBC concluiu que o monstro não existe, mas nem isto desalentou os defensores de Nessie.
Grande parte da dificuldade em encontrar ou provar a ausência da criatura é devida à peculiaridade geológica do próprio lago. Ele tem forma estreita, profunda e alongada, com cerca de 37 quilómetros de comprimento, 1,6 quilómetros de largura e uma profundidade máxima de 226 metros.

Foto tirada em 1955 - By P. MacNab

Fato curioso é que o governo escocês e o Reino Unido nega a existência do monstro, porém criou uma "segurança local" para proteger o lago e a sua região, barcos precisam de permissões para navegar e não é permitido mergulhos sem autorização

Autor desconhecido.

Autor desconhecido.

Pintura do monstro, por Heikenwaelder Hugo.

Segue abaixo imagens sonares de uma expedição não identificada, acredita-se que seja de uma empresa japonesa. A resolução é ruim, mas da para ter noção de que a lenda é verdadeira.










Fonte: Wikipedia, BBC e History Channel. Existe edições do Reconstruindo o Passado.
Imagens: Algumas fontes desconhecidas ou publicas.