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Tutankamon - A múmia mais famosa


Tutankamon, também conhecido como o “Faraó Menino”, nasceu em 1341 a.C e morreu em 1323 a.C. Foi faraó do Egito Antigo entre os anos de 1332–1323 a.C. na cronologia egípcia. Era filho do faraó Akhenaton com alguma irmã do próprio Akhenaton ou possivelmente uma de suas primas.

Ele subiu ao trono com a idade de nove ou dez anos. Sua ama de leite foi uma mulher chamada Maia, segundo conta em seu túmulo em Sacará .Seu professor foi Sennedjem. O nome Tutankamon siginifica "Imagem viva de Amom", reforçando a restauração de Amom.

Tutankamon era magro e tinha quase 1,67 cm de altura. Ele tinha grandes incisos frontais e a arcada dentária superior projetada para frente, característica da linhagem real Tuteméses à qual pertencia.



Ainda existem muitas dúvidas sobre a vida de Tutankamon. Foi o último faraó da 18º dinastia. Durante seu curto período de governo, levou a capital do Egito para Memphis e retomou o politeísmo, que havia sido abandonado pelo pai Akhenaton. 

O país estava economicamente fraco e em tumulto após o reinado de Akhenaton. As relações diplomáticas com outros reinos foram negligenciadas, e Tutancâmon buscou restaurá-las, em particular as relações com os Mitani

A evidência de seu sucesso é sugerida pelos presentes de vários países encontrados em sua tumba. Apesar de seus esforços para melhorar as relações, foram registradas batalhas contra os núbios e asiáticos em seu templo mortuário em Tebas. Seu túmulo continha armaduras corporais, bancos dobráveis apropriados para campanhas militares e arcos, além dele ter treinado o arco e flecha. 

No entanto, dada a sua juventude (morto aos idade 18) e deficiências físicas que pareciam exigir o uso de uma bengala para caminhar, a maioria dos historiadores especula que não participou pessoalmente dessas batalhas.
Não há registros sobre a morte de Tutankamon. No que diz respeito à causa da morte do faraó alguns afirmam que Tutankamon morreu vítima de assassinato com uma forte pancada na cabeça, porém em janeiro de 2005 a múmia foi retirada do seu sarcófago no túmulo do Vale dos Reis, tendo sido alvo de um exame no qual se recorreu à tomografia computadorizada. Este exame, que teve uma duração de quinze minutos, gerou 1700 imagens.
Manequim de Tutancâmon, madeira esculpida e revestida de gesso.
Os novos exames descartaram a hipótese de morte por assassinato. O rei era um jovem saudável, tendo talvez falecido vítima de complicações associadas a uma fratura da perna direita provocada durante uma sessão de caça. 

Quanto ao osso encontrado no crânio julga-se que foi provocado por um erro durante o processo de embalsamento do corpo.
Em maio de 2005, egípcios, franceses e americanos reconstituíram sua face a partir de imagens de tomografia computadorizada. O rei Tut - como foi apelidado - era dentuço, tinha a parte posterior do crânio estranhamente alongada e o queixo retraído.

Em 2015, o egiptólogo inglês Nicholas Reeves publicou evidências mostrando que um cartucho na máscara mortuária dizia "Ankhkheperure mery-Neferkheperure" (Ankhkheperure amante de Akhenaten); portanto, a máscara foi originalmente feita para Nefertiti, a rainha principal de Akhenaton, que usou o nome real Ankhkheperure quando ela provavelmente assumiu o trono após a morte de seu marido. 

Nefertiti foi provavelmente sucedida por Tutankamon baseado na presença de seus bens funerários em seu túmulo.

A tumba de Tutancâmon
Howard Carter
A importância atribuída para este faraó está relacionada ao fato de sua tumba, situada numa pirâmide no Vale dos Reis (KV62), ter sido encontrada intacta.

Ela foi encontrada em 4 de Novembro de 1922 pelo arqueólogo inglês Howard Carter e que somente abriu a câmara funerária em 16 de fevereiro de 1923.

Foi encontrada uma grande quantidade de tesouros. O corpo mumificado de Tutankamon também estava na tumba, dentro de um sarcófago, coberto com uma máscara mortuária de ouro. O caixão onde estava à múmia do faraó também é de ouro maciço. 
Na tumba de Tutankamon foram encontradas mais de cinco mil peças. Entre os objetos estavam jóias, objetos pessoais, ornamentos, vasos, esculturas, armas, etc.

Sua tumba foi saqueada pelo menos duas vezes na antiguidade, mas com base nos itens retirados (incluindo óleos e perfumes perecíveis) e a evidência de restauração da tumba após as intrusões, esses saques provavelmente ocorreram após alguns meses depois do enterro inicial. 

A localização da tumba foi perdida porque havia sido soterrada por detritos de tumbas posteriores, além disso, foram construídas casas de trabalhadores sobre a entrada da tumba.

Em 2010 a tumba foi fechada ao publico para restauração. Pichações, respiração de turistas e poeira degradaram local descoberto há quase um século, foi o que levou o motivo da restauração.

Mais brilhante e segura, a tumba do faraó egípcio Tutancâmon foi reaberta ao público no dia 31 de Janeiro de 2019 depois de dez anos de trabalhos para preservar o local.

A suposta "Maldição do Faraó".
Durante a escavação da tumba de Tutankamon, alguns trabalhadores da equipe morreram de forma inesperada. Criou-se então a lenda da "Maldição do Faraó".
Na parede da pirâmide foi encontrada uma inscrição que dizia que "morreria aquele que perturbasse o sono eterno do faraó". Porém, verificou-se depois que algumas pessoas haviam morrido após ter respirado fungos mortais que estavam concentrados dentro da pirâmide.

Um estudo mostrou que das 58 pessoas que estavam presentes quando a tumba e o sarcófago foram abertos, apenas oito morreram em doze anos; Howard Carter morreu de linfoma em 1939 aos 64 anos.

Caixa pintada com cenas de Tutancâmon combatendo os núbios e asiáticos.
No dias de hoje
As principais descobertas da tumba, incluindo a máscara mortuária de ouro, podem ser encontradas no Museu Egípcio, no Cairo, e em réplicas no Cairo e Luxor. A múmia do faraó é a única de um rei egípcio que ainda está na sepultura original no Vale dos Reis após a descoberta e abertura do túmulo. 
- No curso da Revolução Egípcia de 2011, os saques ao Museu Egípcio também afetaram os achados do túmulo de Tutancâmon. Uma pequena estatueta dourada e o topo de outra estão desaparecidas desde então.
- No início de 2015, a máscara mortuária foi danificada durante o trabalho de limpeza: a barba do faraó se rompeu e não foi novamente reparada profissionalmente com cola de resina usou-se um adesivo na máscara que ao ser raspada causou mais danos.
- No início de 2016, foram apresentadas acusações contra oito egípcios, incluindo o ex-diretor do Museu Egípcio e o então chefe restaurador. Enquanto isso, a máscara foi restaurada.
- Em julho de 2019, parte de uma escultura de quartzito com o rosto do faraó egípcio foi leiloado pelo equivalente a vinte e três milhões de reais pela casa de leilões Christie's, em Londres. O leilão ocorreu apesar de críticas do Egito, que alertara que provavelmente o artefato de Tutancâmon foi roubado nos anos 1970; segundo a casa de leilões, o artefato pertencia desde 1960 à coleção do príncipe alemão Maximiliano Carlos, 6º Príncipe de Thurn e Taxis e foi vendido entre 1973 e 74 a um mercador austríaco. Tanto o comprador quanto o vendedor são anônimos.

Hoje existe uma espetacular recriação do túmulo e dos tesouros do faraó, tal como foram descobertos em 1922. (Exposição em Lisboa - Portugal - 2019). Segue o link: http://www.tutankamon.pt/ 

A tumba ficou permanecido fechada por 3 mil anos.
Múmia do menino faraó rei Tutancâmon em exposição em seu túmulo recentemente renovado no Vale dos Reis em Luxor.
Foto: REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
Tumba de Tutancâmon.
Howard Carter analisando a múmia em 1923.