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Taubaté na mira de Hitler

Há 70 anos, Taubaté estava na mira de Hitler. Sob as ordens do führer   Adolf Hitler, no dia 22 de março de 1941, aviões nazistas rasgaram o céu  sobre o Mar Mediterrâneo  e, de forma indireta, cruzaram  a história da cidade do Vale do Paraíba. A embarcação ‘Taubaté’, que seguia para Alexandria, no Egito, transportando vinho, lã e batatas, foi atacada por aeronaves da Luftwaffe, com bombas e rajadas de metralhadora.

Europa  em guerra. Hitler havia estendido a mão obscura do nazismo sobre o mapa do continente. O Brasil, até então, se mantinha neutro. Perto à costa  do Egito,  aviões do führer enviam um sinal hostil. Segundos depois  o ataque é iniciado.

   O episódio representou o primeiro ataque nazista ao Brasil na 2ª  Guerra Mundial -- e também a primeira morte brasileira no sangrento conflito. O ataque foi perpetrado mais de um ano antes de   Getúlio Vargas   declarar guerra às forças do Eixo --no dia 19 de agosto de 1942).

No total, entre  1941 e 44, mais de mil brasileiros morreram vítimas de ataques feitos por alemães contra embarcações. Foram   35 navios da Marinha Mercante brasileira atacados pelos nazistas (principalmente pelos mortais submarinos de Hitler), 33 afundaram.

Os anos passaram e a história do primeiro ataque ainda é motivo de curiosidade em Taubaté. O professor de história João Alberto Fonseca Júnior, especializado em 2ª Guerra Mundial  conta que o motivo do navio ser chamado Taubaté é um mistério. “Sabemos que a maioria dos militares que foram para a 2ª Guerra Mundial são da região, principalmente de Caçapava. 

O Brasil não tinha uma posição definida, era pendular. Quando interessava, ascendia vela para os alemães, outra hora, estava do lado dos EUA”, afirmou o historiador.

O comandante da embarcação, Mário Fonseca Tinoco, relatou à época que o navio ostentava nitidamente a bandeira brasileira, pintada dos  dois lados do casco,  e mesmo assim, o ataque não cessou.

Ele ordenou então o içamento de uma bandeira branca (uma representação de paz, neutralizade) no mastro principal.

O comandante e os oficiais do vapor disseram ao consulado brasileiro em Alexandria que a aeronave trazia as insígnias da força aérea alemã. O navio não afundou. No ataque, morreu  o conferente José Francisco Fraga -- morto no passadiço, vítima de uma rajada de metralhadora, que também feriu 13 tripulantes. Taubaté  e o Brasil estavam na mira de Hitler.