Adolf Hitler teria planejado pessoalmente o golpe de Estado contra o governo austríaco de Engelbert Dolfuss, assassinado em 25 de julho de 1934, segundo um historiador de Viena que se baseia em escritos de Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazista.
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Bauer menciona em particular uma nota de 22 de junho de 1934 no diário de Goebbels.
"Domingo na casa do Fuhrer. A questão austríaca foi abordada. Isto funcionará? Sou muito cético...", escreveu o dirigente nazista após um encontro com Hitler em Bayreuth.
Para Bauer, foi em Bayreuth onde foi organizado o 'putsch' de julho.
"Hitler organizou uma reunião muito importante dois dias antes do golpe de Estado. Isto significa que levava muito a sério esta questão. Durante esta reunião, deu o consentimento para a operação", afirma o historiador.
Kurt Bauer menciona também outros fatos de ordem diplomática que podem explicar a decisão de Hitler: a visita prevista de Dolfuss à França e Itália, assim como os boatos de um encontro entre o ditador fascista italiano Benito Mussolini e Louis Barthou, ministro francês das Relações Exteriores.
"A aproximação entre Áustria, França e Itália era o que mais temia Hitler, pois era uma situação que isolava diplomaticamente a Alemanha", explica o historiador.
Engelbert Dollfuss, chanceler de tendência ultra-conservadora a partir de 20 de maio de 1932, combateu de maneira feroz a anexação da Áustria pela Alemanha (Anschluss), desejada pelos nazistas desde a chegada de Hitler ao poder na Alemanha, em 30 de janeiro de 1933.
Em 25 de julho de 1934, os nazistas austríacos invadiram a chancelaria em Viena, com o objetivo de impor um novo governo dirigido por Anton Rintelen, mais favorável a Hitler. Engelbert Dollfuss foi assassinado na tentativa fracassada de golpe de Estado.
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